Reações Honestas ao Spanking – II

Oi gente! Segue mais um forum mostrando reações honestas de pessoas que apanharam na juventude, sem blefes nem palhaçadas. Este fórum é originalmente de Portugal, mas aparentemente também atraiu alguns(as) comentaristas do Brasil. Já é antigo, a data no cabeçalho consta como “há 16 anos” (ou seja, é de 2008). Trata-se de um extrato recuperado do já extinto site Yahoo Respostas, que como se sabe, foi super popular entre 2005 e 2021.

Vale lembrar: em Portugal, a palmada está vetada desde 2007, quando foi sancionada a lei que proíbe todas as formas de castigos corporais no país, em todos os ambientes (escolar e doméstico). 

A pergunta é bem genérica: basicamente, querem saber quem apanhava quando criança, e em caso positivo, de quem apanhava mais (pai ou mãe). A pessoa que lançou o debate tem uma posição meio contraditória: primeiro se pronuncia veementemente contra castigos corporais, mas no último parágrafo critica o fato de que as crianças poderiam acionar o conselho tutelar se levassem “um cascudo” ou “um tapinha”. Na verdade, a mesma postura dúbia de muitos brasileiros quando saiu a nossa Lei Menino Bernardo, então isso nem surpreende muito…

Uma comentarista relata que apanhava mais da mãe na infância, e enfatiza que isso não adiantava nada, sobretudo porque quanto mais chapoletadas levava, mais desafiante se tornava. Diz que apanhou do pai uma única vez, e que foi nessa vez que viu o pai chorar. Claramente uma opinião desfavorável a surras.

A comentarista seguinte relata um caso triste, e sua mãe aparentemente tinha traços narcisistas. Ela comenta que apesar de ser uma criança cooperativa e comportada, apanhava bastante, e ainda defendia o irmão das surras da mãe. Comenta que as mágoas perduraram mesmo na vida adulta, e que a mãe continuou abusiva.

Interessante: o negacionismo dos pais que bateram parece ser um fator comum. Não é o primeiro depoimento onde uma pessoa conta que o pai/a mãe diz ter “esquecido” das chapoletadas que deu, ou então que “lembra de outra forma”, diferente daquela de como o(a) filho(a) se lembra…

Outra comentarista traz um ponto importante: será que a mágoa maior é contra quem agrediu, ou contra quem poderia ter defendido da agressão, e não o fez? Instigante…

O próximo comentarista diz estar escrevendo de Curitiba (só não especifica se é da cidade, ou se só estava por lá na hora em que fez o relato), e pelo jeito foi um menino bem levado. Mas deixa implícito que discorda de surras.

Mais uma comentarista que apanhava da mãe, e diz também ter mágoas da irmã, que sempre fazia as levadices e (pelo jeito) jogava a culpa na outra. Ela cita que se tornou uma adulta cheia de problemas, diferentemente de seus filhos, que foram criados sem apanhar e viraram adultos tranquilos.

Uma outra pessoa relata ter apanhado muito do pai, que era severo, às vezes dava tapa na cabeça, e chegou a bater na frente de outras pessoas.

Uma comentarista diz que apanhou só uma vez, do pai, e relativiza dizendo que “foi no bumbum, nada agressivo”, mas também faz questão de dizer que não bate nos filhos de jeito nenhum.

Um relato cita castigos escolares, e a comentarista é clara ao dizer que é contra esses métodos e que nunca bateu nos filhos, que são excelentes adultos sem jamais ter levado uma palmada.

Uma pessoa comenta ter levado surras severas do pai, com chicote do tipo “rabo de tatu”. Felizmente criou os filhos sem bater.

Outra comentarista diz que era poupada por ser a mais nova, e os irmãos mais velhos apanhavam mais porque “tinham que dar o exemplo”. Mas ela não tripudia, e em vez disso, mostra-se solidária a eles.

Esse relato é interessante: a comentarista diz que “foi o cão” quando criança, talvez querendo justificar as chapoletadas que levava, mas aparentemente ela foi apenas uma criança ativa, que fazia aquelas levadices comuns a crianças curiosas. Talvez o ambiente onde ela cresceu fosse intolerante, daí que ela pense dessa forma.

Essa comentarista tinha bastante personalidade: sabia que a mãe ia bater, mas mesmo assim fazia o que queria e pronto, e nunca mudou de opinião nem depois de adulta.

Um comentarista cita os castigos escolares, mas é indisfarçavelmente contra bater, e deixa isso evidente ao dizer que “os pais nunca bateram nos filhos, sempre respeitaram” (ou seja, ele não disfarça que considera bater um desrespeito).

Outra comentarista diz que nunca apanhou, pois o pai sabia colocar moral com o olhar, e a mãe “era sua melhor amiga”.

Essa comentarista levava surras severas: a mãe dela batia de escova nas mãos e no bumbum. Já o pai não batia, mas “exigia que a mãe batesse. Aparentemente, uma família patriarcal, onde o pai era o “chefe”, mas também não queria sujar as mãos com o “serviço chato” e deixava a parte prática da surra com a mãe, ficando no papel de “comandante”.

O último relato é curto, mas bem profundo e sincero…

Como se pode ver, os relatos são bem variados, tal como as reações, mas todas as opiniões me pareceram honestas, sem zoação ou autoengano. Houve quem pareceu não haver guardado mágoas, e até minimizou afirmando ter sido uma criança “custosa”; houve quem guarda mágoas até hoje, sobretudo em razão da atitude hipócrita de quem batia; e houve até quem nunca apanhou, mas fez questão de postar isso para endossar que é perfeitamente possível criar filhos sem bater. As reações das pessoas do entorno também são variadas: há casos de irmãos solidários e irmãos que tripudiavam; famílias onde ambos os pais batiam e famílias onde apenas um batia com a conivência ou a oposição do outro cônjuge, e até uma família onde um mandava o outro bater. Entretanto, nota-se que nenhum comentarista veio com argumentos a favor da palmada.

E você, identificou-se com algum dos cenários expostos?

8 ideias sobre “Reações Honestas ao Spanking – II

  1. Maurinho Fabiano

    Olá Arnaldo!

    Essa é uma pergunta boa, se quem deixa o pior sentimento é quem batia ou quem não defendia. Em minha opinião é sempre quem bate que deixa a pior marca, mas a pessoa que podia ter evitado e não evitou também acaba marcando. Cria uma dúvida se deixava aquilo acontecer porque não tinha coragem de impedir, porque tinha preguiça de fazer alguma coisa, ou se era porque achava correto mesmo. Mas quem batia porque o cônjuge mandava deve deixar certeza de que fazia porque concordava mesmo, nesse caso não tem muita argumentação.

    Saudações!

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    1. adolespanko Autor do post

      Salve!

      De fato, a resposta óbvia é que a mágoa maior seja contra quem batia, mas na psique humana as coisas são um pouco mais complexas. Lembro um livro chamado Abuso, onde a autora coletou vários casos de estupro e pedofilia, e notou um traço comum: a raiva das vítimas contra seus agressores podia até diminuir com o tempo, mas a raiva contra as pessoas que deveriam tê-las ajudado, mas não o fizeram, permanece para sempre. Eu até entendo. De certas pessoas você não espera nada, mas de outras você espera e se desaponta. Você pelo menos tinha a sua mãe e a sua irmã que sempre o apoiavam, né?

      Grande abraço!

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      1. Maurinho Fabiano

        Olá Arnaldo!

        Acho que depende de quem é o agressor. Uma pessoa que sofre estupro ou pedofilia de alguém em quem confiava ou até gostava pode ficar ainda pior do que outra pessoa que sofre essa agressão de alguém que não significa muito para ela. Acho que com agressão física é parecido. Deve ser por isso que tanta gente esquece de tudo o que apanhou em briga de rua, de colega de escola e de outras porradas da vida, mas não esquece as peias de pai e mãe. Isso é porque os pais significam muito para os filhos e assim o normal é esperar mais deles.

        De minha história, tive apoio de minha irmã mais velha mas um pouco menos de apoio de minha mãe. A minha irmã enfrentava o meu pai e também enfrentava o nosso irmão que era autorizado a nos bater, e a minha mãe era contra mas não chegava a enfrentar ninguém. Mas não chego a sentir mágoas dela porque eu sabia que ela não aprovava aquilo, e cuidava bem dos filhos dentro daquilo que achava que podia fazer.

        Saudações e abraços!

  2. Liam

    Oi, Adolespanko!

    Me identifiquei com o comentário sobre a criança desafiante. Não que eu fosse exatamente assim no meu tempo, mas lembro que quando alguma ordem não fazia sentido para mim, eu simplesmente não seguia. Não desobedecia deliberadamente na frente dos adultos (preferia mesmo não ser descoberta), mas agia de um jeito come-quieta, como a minha mãe costuma dizer. Na surdina, eu fazia o que queria. Se a minha mãe brigava comigo insistindo para eu comer tudo mesmo quando eu já estava de barriga cheia, eu esperava ela não estar mais olhando e esvaziava o resto do prato na lixeira (hoje me arrependo, pois ela estava certa pelo menos na parte onde falava que desperdício é uma coisa muito errada…). Quando ela fez aquele carnaval para eu comer sal em excesso, disfarcei e fui colocando sal no bolso. No dia que ela me forçou a vestir a calça do uniforme quando eu estava a fim de ir de bermuda, pus a bermuda na minha mochila, escondida da minha mãe, e me troquei na escola, sem ninguém ver. Quando a minha avó me mandou ir dormir “senão ela me puxaria pelas duas orelhas”, mesmo sem eu estar perturbando e também sem estar sentindo um pingo de sono, obedeci ficando no quarto, mas passei um bom tempo lendo e ouvindo música com fones, e só fui dormir quando realmente senti vontade. 

    Então eu não era como a pessoa do depoimento, que disse que sabia que ia apanhar, não estava nem aí e presepava mesmo assim, porque comigo a ameaça de uma surra muitas vezes tinha o efeito de me inibir, e eu não sentia um especial “prazer” em irritar os adultos (quem era mais desse tipo era o meu irmão caçula). Eu era mais daquelas que evitava uma discussão que já sabia que ia sair perdendo, e depois fazia o que estava a fim. Algumas vezes fui pega na desobediência, outras não. E obviamente a minha mãe ficava uma arara quando via que eu não tinha agido do jeito que ela tinha mandado…

    Mas no geral, eu não era uma criança “desobediente”, e aceitava bem as explicações dadas com paciência. Uma tia minha sempre diz que gostava quando eu ia passar férias na casa dela, porque eu era cooperativa com os nossos combinados e não dava tanto trabalho. Tive professoras que gostavam de mim como aluna também, então acho que o meu problema não era com autoridades em geral, era mais com o jeito que as ordens eram dadas e com o meu entendimento sobre aquilo ser necessário (ou talvez, o meu problema fosse com algumas autoridades em particular…).

    Outra identificação que senti foi com o pessoal que sofria quando os irmãos apanhavam. Eu tinha minhas brigas com os meus irmãos, e era grata à minha mãe quando ela me defendia deles nos momentos em que a chapa esquentava e eles tentavam crescer para cima de mim, mas mesmo assim, eu ficava muito triste quando eles levavam uma surra dos nossos pais, ou até se nem chegava a ser surra e ficava só naquelas broncas mais punk. Gostar de ver irmão se dando mal não é o tipo de coisa “legal” de se fazer, mas infelizmente isso existe mesmo, e eu via uns casos assim na minha vizinhança (de irmão sacaneando o outro, tocando o terror, e achando o máximo ver o irmão chorar ou se descabelar de raiva). 

    Beijos!

    Resposta
    1. adolespanko Autor do post

      Olá, Liam!

      Acho que desde criança você já era daquelas que gosta de ver sentido nas ordens e determinações dos adultos, e só desobedecia quando achava que a ordem era improcedente. Mas quando explicavam e você entendia, você obedecia, certo? Tenho a impressão de que você tinha convicções muito sólidas desde cedo.

      Mas também você já deu a entender que não aceitava que bater pudesse ser uma coisa certa, mesmo quando a criança estava errada. Como bater era mais ou menos o padrão das famílias lá onde vocês moravam, então você devia ser uma voz dissonante entre as crianças, e embora obviamente ninguém gostasse de apanhar, muitos dos seus colegas e vizinhos deviam ver aquilo como algo normal e inevitável. Fico pensando se já rolou alguma discussão entre você e a turminha.

      Bjs.

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      1. Liam

        Oi, Adolespanko!

        Acho que sim, eu questionava as coisas desde muito cedo. Isso pode ser útil ou pode ser chato, depende de quem é nosso interlocutor (e também depende do momento). Minha mãe costuma brincar que eu já nasci com uma bandeira de contestação, kkkkkkk! Vou ter que apresentar o contexto: a “bandeira de contestação” era o DIU de cobre que ela estava usando para não engravidar de novo. Lá em casa ninguém foi planejado, mas com certeza fui eu quem dei o maior susto em todo mundo, pela situação difícil que os meus estavam vivendo na época (e eles não sabiam que o DIU estava vencido… 🤭). E por isso a minha mãe diz: “Você já estreou fazendo tudo o que queria. Venceu a corrida dos espermatozóides, atravessou o DIU, cresceu até a hora de nascer, se anunciou do nada, e aí não esperou nem eu chegar na sala de parto, quis nascer no meio da muvuca. Só faltou sacudir o pedaço de cobre na minha cara e rir de mim!”, kkkkkkk!

        Mas eu obedecia sim, quando via sentido nas explicações. O problema era que os meus pais às vezes eram muito estressados, e acabavam berrando ordens, ou não admitindo questionamentos mesmo quando a ordem era dada numa boa. A minha mãe respondeu muitas vezes, depois de eu perguntar o porquê de ter que fazer isso ou aquilo: “Porque eu estou mandando!” (ô raivinha que isso me dava…) Mas quando ela explicava com paciência, eu não ficava contestando. E eu até reconhecia estar errada quando a bronca vinha suave e eu compreendia que era justa. A minha mãe sabia fazer isso (explicar com jeito). Era só querer. Não fez mais vezes porque não teve saco, ou tempo…

        Um caso de que eu não me lembro, mas que foi marcante para a minha mãe, aconteceu quando eu tinha uns três anos. Quando criança eu adorava caponata de azeitonas, e ela costumava fazer de quantidade e guardar na geladeira, em potes de vidro. Mas tinha uma regra: a gente só podia comer de antepasto, ou no lanche, quando tudo estivesse servido à mesa. Não era petisco de pegar para fazer boquinha, era um preparado especial da mamãe (receita de família, tinha todo um significado). 

        A tentação era muito grande para mim, e eu às vezes abria um dos potes de vidro, colocava a mão lá dentro e me servia. Além de tudo era anti-higiênico, mas vamos dar um desconto e pensar como uma criança de três anos. 😉 Um dia a minha mãe (que já devia estar desconfiada) viu a geladeira aberta, um dos vidros abertos no chão, e aqueles pingos de azeite espalhados por onde eu havia passado. Só podia ser “arte” minha, então ela me chamou na cozinha, mostrou a bagunça e pediu explicações. Como eu não confessei, ela conta que pôs as mãos na cintura (essa linguagem corporal do intimida qualquer criança, é impressionante) e falou: “Deixe eu ver as mãozinhas!” Ela ri quando diz que eu fiz uma cara de “Taquipariu, agora f0deu!”, e esfreguei as mãos bem rápido na parte de trás do short e da camiseta que estava vestindo, para limpar o azeite. Aí mostrei as mãos mais ou menos limpas, com a maior cara lavada. A minha mãe me virou de costas e viu as minhas roupas engorduradas. Nisso, obviamente levei bronca… 

        Porém, ela conta que não gritou e não ameaçou, só disse que estava muito chateada por eu ter feito aquilo, e além de tudo, por eu ter tentado mentir e ainda sujado as roupas sem necessidade. Pedi desculpas, limpei a meleca do chão e falei que não ia mais roubar caponata. Na outra vez ela me chamou para fazer a receita junto com ela, e disse que eu poderia ficar com um vidro pequenininho só pra mim, mas que os maiores eram da família e só para os momentos de refeição. 

        Vê só? Muitas vezes ela soube ser paciente e explicar as coisas de um jeito que me inspirasse a obedecer. Então, por que não foi assim sempre? Aí já entramos em respostas mais complexas. 😉

        Kkkkkk não rapaz, eu não era militante desde criança! 😆 Estou brincando… Essas discussões por eu nunca ter achado que bater seria normal rolavam mais na família (e não com amigos), e uma vez o meu irmão mais velho me chamou de “rebelde sem causa”, mas o meu avô me defendeu: “Sem causa, nada, essa daí vem com a causa e com os tratados!”, kkkkkk! A turma da vizinhança não discutia tanto essas coisas, a gente se encontrava mais para brincar e se divertir mesmo. Mas lembro da molecada contando vantagem porque o irmão apanhava bem mais, ou porque sobreviveu a uma surra de rider, e o máximo mesmo era se gabar porque fez c@g@d@ e não apanhou

        Nossa rapaz, também estou lembrando de um amigo meu de escola que levou suspensão (e a professora expôs isso na frente da classe inteira) e começou a chorar desesperado: “Não tia, por favor, a minha mãe vai me bater muito!”, e a professora respondeu bem brava: “Problema seu!” No final o presepeiro nem apanhou, mas só de imaginar a reação da mãe, ele ficou soluçando a aula inteira, como um condenado, e a professora praticamente se lixou. Acho que estávamos na quarta série, éramos crianças de nove ou dez anos. Tudo bem que aquele menino às vezes era chato, mas também não merecia aquilo. O que será que acontecia nos anos 90, né? Às vezes eu vou lembrando desse tipo de coisa, e começo a achar que as pessoas eram meio goiabas da cabeça… Deve ter sido efeito retardativo do consumo de reishi na época da juventude hippie, kkkkkk! 😂 

        Mas até que conseguimos prever o futuro, pois estamos aqui, agora adultos, e a maioria daquele pessoal que cresceu comigo não bate nos filhos hoje em dia. Molecada de sorte! 😎

        Beijos!

  3. Marcos S.

    Salve, meu amigo!

    Em minha família eu vi bem essa cobrança para que o irmão mais velho “desse o exemplo”, e uma frase que os meus com frequência soltavam para o filho primogênito era: “Mas é sempre você!”. Posto que o meu irmão era de fato um ótimo exemplo – de criatividade para inventar e executar aprontos, rsrs! Dentre todos, foi ele que apanhou mais vezes, mais brabo e até a idade mais avançada, já que o meu pai e a minha mãe não se conformavam muito que o primeiro filho, em vez de mostrar responsabilidade e até alguma submissão voluntária aos pais, fosse pinta-brava daquela maneira e vivesse de queixo empinado para as broncas e queixas deles.

    Mas ele era um bom irmão, e admito que tenho boas recordações de nossas interações quando moleques. Decerto tivemos nossas briguinhas – quais irmãos não têm? -, mas até acho que para a época e para a pressão que colocavam nele, é admirável que ele tenha conseguido ser um irmão tão atencioso e afetuoso, sem cair na tentação de se tornar um mandão ou até um tirano com os irmãos menores. Recordo-me de uma vez em que ele até tentou dar uma de durão conosco dizendo “Posso ser bem pior do que o papai!”, mas até hoje creio que ele falou um pouco na base da gozação (apesar de estar mesmo meio irritado na hora em que soltou tal frase), e de qualquer maneira, nós não o levamos a sério, rsrs! Minha nítida impressão era que na verdade ele fazia de tudo para não imitar o jeitão de nosso pai, e não o oposto. Foi uma boa sacada: contrariar o “vilão”, em vez de se tornar como ele, rsrs!

    Grande abraço!

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    1. adolespanko Autor do post

      Salve!

      Depende muito da família, e o perfil do irmão mais velho é o que tem mais variantes dentro do arquétipo familiar. Ele pode incorporar “aquele que dá o exemplo” e os pais ficarão agradados, mas talvez não seja o mais saudável para ele. Também sucede o oposto: sentindo-se de certa forma privilegiado por ser o mais velho, ele pode “se achar” e acabar se tornando o mais bagunceiro. Como também pode ser ardiloso e utilizar a expectativa dos pais para se tornar um pseudo-disciplinador, na verdade tripudiando sobre os mais novos e até extravasando maus instintos. E ao contrário, pode ser um defensor que procura ser o oposto do pai, o que é uma atitude bonita, mas também penosa para ele. Penso que seu irmão mais velho inclinou-se para este perfil, mas preferiu fazer de um jeito “soft”, o que foi a melhor escolha.

      Grande abraço!

      Resposta

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