Tia Graça, Tio Desgraça

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Oi gente! Hoje temos mais um conto, e esse pode ser considerado o marco inicial de um novo núcleo. Peraí, temos novos personagens? Não, são personagens antigos, reunidos na casa do Cauan e da tia Cecília – a Kelly, e Marcela e a Ariela. E este vai ser diferente daqueles da Kelly e da Marcela sofrendo com as tias carrascas, e do Cauan sendo disciplinado no reformatório do tio Alfredo. O mote agora serão as aventuras e os aprontos de adolescentes saudáveis vivendo em um meio onde há bastante liberdade, mas também alguns perigos.

No episódio de hoje, serão também abordadas as posturas diferentes que os adultos têm quando os adolescentes aprontam das suas, pois mesmo nos meios onde as surras são aceitas, há quem queira ir por um caminho diferente.

Entre troca de ideias e risadas, o clima estava animado na pequena casa da tia Cecília, lá no subúrbio do Rio. Cauan, Marcela, Kelly e Ariela formavam um quarteto bem entrosado, como asteroides que se uniram no cosmo para formar um novo planeta. A dupla Marcela e Kelly havia acabado de finalizar mais uma de suas composições. Após os aplausos, seguiu-se um intervalo de descontração, que convidava à entrada de outro assunto.

– Eita, só tem sangue bom aqui! – Disparou Cauan, feliz com a presença do pessoal ali.

– Ainda bem, porque nem todos os primos são gente boa – Observou Ariela, pernóstica.

Um riso contido sinalizou que todos ali estavam desencavando recordações não tão agradáveis. Marcela foi a próxima a comentar.

– Nem todos os primos, e nem todas as tias…

Cauan concordou, “É mesmo”, e pensou em acrescentar “E nem todos os tios”, mas temeu ofender Ariela, que era a filha do tal tio que não era gente boa. Foi Marcela quem prosseguiu, gaiata:

– Aquela criatura do inferno sabia arrasar uma bunda, taquiopariu!

– Ah, mas a minha mãe também tem uma mãozona que fica impressa na bunda! – Devolveu Cauan, entrando na disputa sem querer ficar atrás.

– Ah, não vem não! Replicou prontamente Marcela – Você não sabe o que é apanhar de palmatória na bunda! Aquilo é de pau, ô otário! Nem se compara a uma mão!

– Cruzes, não consigo nem imaginar o que é apanhar de uma coisa de madeira dura na bunda! – Comentou Ariela, já ficando impressionada.

– Ainda bem, porque só de imaginar dói! – Respondeu Marcela.

– Ah, e você ainda tinha que aturar aquele seu primo escrotão, o Guto, que ficava gozando de ver você apanhar! – Disse Cauan – Ainda bem que você já se livrou dele. E a Kelly também se livrou do Nelsinho, que é outro merdão. Não é, Kelly?

A adolescente não respondeu, e a dupla Cauan e Marcela continuou no papo de espinafrar as tias carrascas e os primos escrotos. Mas Ariela, que já estava meio horrorizada, notou que Kelly havia baixado os olhos, mostrando descompasso com aquele clima.

– Preocupa não, gente! – Disse Cauan em certo momento – Mesmo com a Kelly vindo embora, o Nelsinho não ficou sozinho lá no reino dele. Agora ele é feliz para sempre com a sua única amiga: a punheta!

Rodada de gargalhadas com Marcela, que emendou:

– Aqueles moleques achavam que eram o orgulho das “mamans”. Que piada! As mães defecam para eles. Na cabeça das tias, aqueles garotos só prestavam, ou para dedurar, ou para segurar a gente pelos tornozelos na hora que elas queriam meter a porrada no nosso couro! Não é, Kelly?

A batidinha carinhosa no braço de Kelly não foi suficiente para animá-la, e ela continuou cabisbaixa, enquanto Marcela prosseguia.

– Agora que não tem mais a gente pra meter surra, elas surram eles dois! Cadê o poder, cadê o poder?! Lembra quando eles falavam assim da gente?

A própria Ariela já estava ficando incomodada com aquela conversa, mas Cauan, empolgado, deu mais corda.

– E o dia que a Kelly deu um empurrão no Nelsinho quando ele foi dar uma de bonzinho, querendo ver se a bunda dela estava machucada? Lembra, Kel? Você me contou essa! A Kel estava chorando depois de levar uma surra, e o Nelsinho veio chegando de bandinha, todo mimizento, perguntando se ela queria que ele passasse um remedinho, qualquer parada dessas. Aí tomou um chega-pra-lá de categoria! A Kel falou com gabarito: “Sai daqui, seu falso!!! Me deixa no meu canto!!! Você delira quando eu apanho, você gosta de ver isso, goza até o teto! Então agora não vem dar de amigo bonzinho, combinado?! Você tá a fim é de olhar bem minha bunda batida! Pega esse remedinho aí e enfia no seu…”

– Chega, gente! – Disparou Kelly, resolvendo por fim soltar a voz – Porra, esse assunto já não deu, não?

Desta feita, Cauan e Marcela tiveram um estalo. Ariela, em aval à prima, cruzou os braços, lançou um olhar agudo e balançou a cabeça em negação.

– Para que isso, Má? – Prosseguiu Kelly – A gente já está aqui de boa, não deve mais nenhuma satisfação ali para as tias, deixa elas e os filhos delas para lá! Olha para frente, sis… Larga desse ódio…

Mordendo os lábios, Marcela pareceu sentir uma boa ficha caída. Cauan ficou um pouco corado. Coçou a parte de trás da cabeça antes de responder, amuado.

– Pô, Kel, foi mal… Eu não tinha pensado que isso é tão tenso para você…

– Pensa se fosse o contrário, Cauan! – Emendou Ariela segura de si após uma breve pausa – Se você quisesse esquecer toda aquela porradaria que levava do meu pai, e alguém ficasse falando disso sem ser você que está puxando o assunto…

Uma onda de reflexões tomou conta do ambiente. Cauan realmente não viu motivos para rememorar aquelas surras do tio Alfredo por vontade própria, mas sabia que para ele, uma superação poderia ser mais fácil do que para Ariela, sendo ela a filha do “surrador”. Para Kelly, que havia passado pelo trauma de perder a mãe e perder o lar, as coisas deviam ser ainda mais difíceis. E Marcela também sabia o que era passar por aquilo tudo. 

– É, está certo, gente… – Concordou Marcela, em um tom mais abrandado – Às vezes eu fico brincando com essas coisas meio que para tentar superar. Sei lá… Mas acho que a Kel está certa, melhor mesmo é dar o sangue agora e fazer de tudo para ter uma vida legal daqui em diante…

Todos menearam a cabeça em um ato de concordância solene, e Marcela completou:

– E outra, né… As coisas lá já estão feias. Depois que o Guto levou aquela coça do padrasto e o cara ainda filmou e publicou, o conselho bateu lá, deu baixa, agora está todo mundo esquentando cadeira de juizado, e periga até o moleque ter que ir morar com uma avó aí, sei lá. Eles já se enforcaram com a própria corda, a gente nem precisa fazer mais nada!

Suspirando, Ariela quebrou o silêncio fazendo um carinho no ombro da prima mais velha.

– Mas você fez, e fez o certo, prima. Tinha que entregar mesmo. Se já é ruim apanhar de pai, imagina de um padrasto que você nunca nem viu direito! E ainda ser filmado e passar essa vergonha na internet… Acho que nem um maníaco idiota como o Guto merece isso…

O novo silêncio instalou um clima pesado, e foi Cauan quem tentou desanuviá-lo.

– Pô, mas vamos pensar no que tem de bom, né? O lado bom é assim: se é para ter pai ruim, o melhor é nem ter nenhum!

Percebendo ter metido um pouco os pés pelas mãos, ele tentou corrigir atrapalhadamente:

– Eu quis dizer, é melhor a mãe tomar cuidado com quem ela coloca dentro de casa! A minha mãe mesmo dispensou uns crushs depois que a gente perdeu o meu pai. Se os malucos não me tratavam bem ou não iam com a minha cara, era pé na bunda na certa! Quem vai mexer com a dona Cecília? E com filho de Cecília?

O jeitão de Cauan acabou fazendo as meninas darem umas leves risadinhas, e Ariela se encorajou a continuar.

– A minha mãe nunca me defendeu do meu pai, assim, na minha cara mesmo. Mas agora eu sei que ela brigava com ele quando eu não estava vendo… Ela nunca concordou com isso de bater, acho que dela eu nunca levei nem um tapa.

Um ar ligeiramente melancólico invadiu a expressão de Ariela, e foi Kelly quem procurou saber.

– Você sente falta do seu pai, Arizinha?

Ariela baixou os olhos, sem encontrar resposta. Marcela prosseguiu, enérgica:

– Eu não sinto falta nenhuma do meu pai! Nem da minha mãe. Saudades, mesmo, só daquela minha avó que me criava no começo.

Todos lembraram do histórico de Marcela, admirados com o tom decidido dela ao falar de um assunto tão difícil. Kelly também animou-se a desabafar.

– A minha mãe era muito carinhosa comigo, eu sinto falta dela até agora. Mas o meu pai…

Negando com a cabeça em tom desolado, ela sentiu ser hora de mudar a prosa.

– Uma coisa a gente tem em comum, né, galera? Todo mundo aqui ficou com falta de pai. O Cauan perdeu o dele quando era pequenininho… Foi acidente de trabalho, não foi?

O garoto afirmou com a cabeça. A prima continuou:

– A Marcela teve um pai maluco, era melhor ele ter sumido logo. Eu também não tive sorte nenhuma nisso. E a Arizinha até tem um pai que se preocupava com ela e tentou fazer alguma coisa, mas é um fanático, e no final trocou a família pela igreja…

Apesar do assunto pesado, todos pareceram de certa maneira aliviados por poder abrir aqueles bueiros sem julgamentos, e sem precisar fingir que tudo estava resolvido. Aquele elo dos “filhos sem pai” havia criado uma certa atmosfera de terapia de grupo. Nesse ínterim, alheia a tudo, dona Cecília se anunciou de repente, com bom humor.

– Meninos, vou entregar umas roupas lá na costureira, depois passar no açougue e no mercado para trazer umas coisas para a nossa janta. Fiquem em casa até eu voltar, e comportem-se!

– Tá legal, mãe! – Concordou Cauan, com um sorriso amigável.

– Pode deixar! – Reforçaram as meninas.

– Se alguém estiver com fome, tem coisa para fazer lanche na geladeira – Completou dona Cecília – E cuidem da Ariela, viu?

– Ah, pode deixar, mãe! – Respondeu Cauan de bate pronto, com pose de moço responsável, erguendo o tronco e passando a mão na cabeça da prima mais nova – Está com a gente, está com Deus!

Ariela desviou rapidamente a cabeça da mão do primo e revirou os olhos, mas em seguida abriu um riso, vendo a tia rir e ao mesmo tempo mandar um olhar desconfiado, até finalmente se despedir, jogando uns beijinhos no ar: “Até mais tarde, moçada!”

Deixados sós, os jovens se dirigiram até a sala, onde assistiram qualquer coisa na televisão e procuraram manter o ambiente descontraído. A certa altura, Ariela comentou:

– Sabe de uma coisa, Cauan? Eu gosto da sua mãe!

O rapaz trocou um olhar amistoso com a prima, e ambos ouviram Marcela confirmar:

– Pode pá, a tia Ciça é legal! Não tem frescura e nem duas caras. Por isso que eu gosto de morar aqui!

– Eu também gosto da sua mãe, Ari – Admitiu Cauan, aproveitando o gancho – A tia Graça no começo parecia meio… manequim de vitrine, sei lá. Meio madame, sabe?

– Madame?! A minha mãe?! – Devolveu Ariela franzindo o cenho e quase querendo rir – A minha mãe é uma fofa!

– É porque ela é muito diferente da minha mãe, né? – Tratou o primo de explicar – Olha a casa que vocês moram, olha o estilo dela! E olha com quem ela se casou…

Ariela não disfarçou o desconforto, mas conseguiu mostrar compreensão pelas palavras do primo, que prosseguiu:

– Mas agora eu sei que foi preconceito meu. A tia Graça é uma fada! Não dá nem para imaginar ela batendo em alguém.

– É mesmo… Mas a sua mãe já me bateu, né? – Relembrou Ariela erguendo as sobrancelhas e soprando o ar – E não foi só imaginação…

– Ah, Ari, tenta não encanar com isso! – Emendou Marcela com o seu jeito direto – Fica pelas vezes em que o seu pai meteu o ferrolho no couro do Cauan! Imagina se a tia Ciça fica sabendo! Será que ela ia desmoralizar o pai da Arizinha?

A indagação um tanto inusitada de Marcela fez os primos voltarem a rir, e nisso Cauan relembrou:

– Com o tio Alfredo, eu não sei… Mas sabem que uma vez a minha mãe botou mesmo um tio meu para correr daqui, depois que o folgadão me deu uma coça?

As três meninas abriram um olhar de curiosidade e surpresa. Notando ter chegado a um ponto onde poderia restabelecer de vez o clima de desembaraço, o garoto prosseguiu:

– Não faz muito tempo não, eu tinha uns 14 anos, acho que era isso. Foi naquela época que eu tinha começado a andar com uns doidos daqui do bairro, sabem? Aí a minha mãe achou que eu estava ficando muito solto, passando tempo demais sozinho em casa quando ela trabalhava, e chamou esse irmão mais velho dela para ficar me vigiando por uns tempos. O meu tio estava meio sem nada para fazer, mesmo. Foi convocado para dar uma mão aqui… Só que a minha mãe falou com todas as letras: eu tinha que obedecer ele quando ela não estava em casa, mas quem podia dar castigo era só ela!

– Está certa! – Concordou Kelly, decidida.

Deixando as memórias vagarem pelo tempo, o rapaz iniciou a narrativa.

– Então, teve um dia que eu saí sem o meu tio ver e fiquei aí pela rua. Eu sabia que ele não ia me achar, porque ela não era daqui mesmo. Fiquei com o alarme ligado para voltar bem na hora que a minha mãe estivesse para chegar em casa, aí não ia dar erro! E é claro que ela ia brigar mais com o meu tio, que não me cuidou direito…

– Espertinho! – Disse Ariela, abrindo uma gargalhada.

Rindo com ela, Cauan continuou contando:

– Aí eu estava lá na quadra de cima, e chegou um povo mais velho com umas garrafas e uma caixa de som. Começou a rolar uma festa, e quando eu vi, já tinha uns rampeiros me dando copo descartável cheio de uns troços lá que eu até hoje não sei o que eram. Meus parças também começaram a beber daquilo. E nessa, eu parei de ver o tempo passar…

A mente de Cauan, então, mergulhou naquela tarde em que perdera a noção do quê e do quanto estava bebendo. Só lembrava do pancadão vindo das caixas de som, dos rostos gaiatos dos amigos e do vai-e-vem dos copos descartáveis. Teve um fiapo de memória do momento em que notou que a noite já estava caindo, o que o fez levar um susto por imaginar que sua mãe já estaria em casa, e reviveu a corrida frenética pelas ruas, na qual lutara contra os efeitos do álcool para chegar ao lar o mais rápido que conseguisse. Entrou ofegante, trôpego e suado, cruzando afoitamente o portão do quintal e a porta da cozinha, para então olhar em volta e ser informado de que dona Cecília ainda não havia retornado do trabalho, posto que tivera algum problema de última hora para resolver. 

No entanto, o respiro aliviado do adolescente não durou muito, pois o tio não se deu por satisfeito ao ser completamente ignorado pelo sobrinho aprontão, e soltou a bronca:

– Eu não sabia nem onde achar você, moleque!!! Saí que nem um doido por essas ruas, sem ter ideia de nada! Você está bêbado, ô maluco? E o que você quer que eu fale para a sua mãe?!

Com uma careta, o rapaz sentiu os efeitos da bebedeira despencarem de uma vez. Limitou-se a apoiar o corpo em algum vão de porta e tentou responder qualquer coisa.

– N-não precisa falar nada para a minha mãe. Deixa ela trabalhar em paz…

Irritado, o tio decidiu ser hora de parar de mais delongas e agir. Cauan se lembrou de sentir-se agarrado pela camiseta, arrastado desajeitadamente até o banheiro e colocado de qualquer jeito em frente à pia, sem deixar de fazer seus protestos.

– A … ai… tio… que isso? Me larga…

Tentando conter o adolescente indomável, o tio insistiu em forçá-lo a permanecer com o rosto parado para levar uns punhados de água fria, por vezes dando-lhe uns tapões na nuca a fim de intimidá-lo, aproveitando para descarregar a irritação.

– Agora vai tomar uma glicose, moleque! Vamos para a cozinha!

Cauan já não era mais um garotinho pequeno, mas o tio tinha mais força, embora bem menos moral que a irmã. Mesmo com alguma luta, acabou procedendo em puxar o sobrinho, que foi tropeçando com o corpo curvado até conseguir se agarrar ao sofá da sala e travar os passos.

– Levanta, Cauan!!!

Com a voz entre malcriada e vacilante, o garoto encolheu o corpo e respondeu:

– Não consigo!

– Que papo é esse agora, seu comédia?! – Desafiou o tio, cada vez mais sem paciência – Consegue, sim! Conseguiu correr até em casa, agora vem com essa frescura de não querer levantar? Anda! Para a cozinha, já!

Mas o garoto só conseguiu se arrastar ligeiramente até se deixar cair no sofá, pousando a mão sobre a testa.

– Não rola! Estou tonto…

Percebendo que não iria conseguir suspender o sobrinho para forçá-lo a acompanhar seus passos, o tio se rendeu, sem deixar de comandar:

– Tá, fique aí, então. Mas vou buscar algum açúcar para meter na sua boca, e você vai tomar, querendo ou não querendo!

Sentindo a cabeça pesada demais para discutir, o adolescente se limitou a usar a mão para fazer um gesto de espantar. Enquanto o tio ia resmungando até a cozinha, Cauan ficou rolando pelo sofá, tentando encontrar alguma posição que fizesse cessar aquela tontura toda.

Minutos depois, o tio voltou com um frasco de qualquer xarope de glicose de mercado e uma colher de sopa, e foi logo ordenando:

– Vai, vira a cabeça e abre essa boca!

O adolescente apenas soltou um gemido irritado, largado de bruços com os braços pendurados, tendo o corpo deitado de comprido ocupando o sofá inteiro. O tio persistiu, tentando sacudir o jovem:

– Não vai dormir não, moleque! Vai tomar esse xarope, e ficar bem acordado para se explicar com a sua mãe quando ela chegar! Senão, ainda sobra para mim!

Ainda com alguma ponta de sobriedade para se revoltar com a demonstração do tio de estar mais preocupado em salvar a própria pele do que em realmente cuidar dele, Cauan murmurou:

– Ah, véio, não enche! Deixa eu dormir… Tô mal para cacete…

Sentindo o sangue subir, o tio fez mais uma tentativa.

– Cauan, se você não tomar uma colherada disso aqui por bem, vai ser por mal! Quer que seja sem briga, ou vai ter que ser à força mesmo? Eu não vou ficar de filme queimado com a sua mãe por sua causa!

Sem mexer a cabeça ou sequer abrir os olhos, o garoto devolveu:

– Ah cara, foda-se! Para de encher, você não manda nada aqui! Vaza logo! Não vou tomar porra nenhuma!

As três primas estavam boquiabertas ao ouvir essa parte da história, rindo da ousadia de Cauan.

– Você foi malcriado, hein? – Brincou Ariela – Se eu falasse assim com o meu pai…

Ela sacudiu os dedos no ar para completar sua ideia. Ar resignado, o primo admitiu:

– Mas foi aí que eu me ferrei, né? Porque depois de eu falar assim com o tio estressadão…

Os pensamentos dele voltaram para aquele momento onde tinha escutado o tio esbravejar:

– Ah, não vai tomar porra nenhuma, é?! Pois vai tomar, sim! Vai tomar uma coça bem dada!

– E nisso ele puxou o cinto com tudo!

Olhos arregalados, as três ficaram tensas, achando dispensável escutar o restante da narrativa. Mas Cauan achou por bem desabafar, e prosseguiu:

– Não deu nem para fazer nada, do jeito que eu estava caído. Só consegui olhar assim, meio de lado, ver o meu tio dobrando a cinta, e aí gritar…

– Não vou falar nada para a Ciça, não! Quem vai resolver essa fita com você sou eu!

Sentindo uma mão do tio forçar suas costas a ficarem paradas, Cauan percebeu um movimento no ar, e depois sentiu o estalo da primeira cintada em seu traseiro.

LÉPT! Ai!!!

As próximas cintadas vieram em rápida sequência, formando riscas em sua bermuda, que pela força e pela velocidade com o que o tio estava batendo, não oferecia grande proteção.

LÉPT! LÉPT! LÉPT! Ai!!! Aaaaai!!! LÉPT! LÉPT! Ai ai, para!!! LÉPT!

Ele tentou erguer as costas, mas os efeitos etílicos e o braço forte do tio o impediram. Dobrando uma das pernas para tentar escapar pelo lado, o garoto sentiu algumas cintadas pegarem em sua coxa.

LÉPT! Aaaaai! Não me bate!!!

O tio deu-lhe mais algumas lambadas e esbravejou:

– Quer dar uma de palhaço comigo, é?! Pois a sua mãe confiou em mim para tomar conta de você! Tenho todo o direito de dar-lhe uma boa lição!

As duas cintadas finais atingiram em cheio a parte mais alta das nádegas do garoto, fazendo-o contrair o corpo com o choque.

LÉPT! LÉPT! Uuuuui!!!

Levando a mão ao traseiro, Cauan engoliu em seco e tentou conter algumas lágrimas, bufando de raiva ao mesmo tempo em que se sentia sem forças para levantar dali e dar um troco no tio, que já estava recolocando o cinto na calça.

– Agora, tome essa colherada de glicose! Sem discussão!

Fuzilando o tio com o olhar, o rapaz pegou a colher cheia de xarope e meteu-a na boca, como se de certo modo quisesse espantar a fúria com aquele gesto. Assim que o tio saiu de cena, Cauan permaneceu estirado no sofá, fazendo caretas e esfregando as nádegas, até finalmente desabar em um sono perturbado.

– Nossa, e você ainda conseguiu dormir? – Foi a oportuna pergunta de Marcela – Com a bunda toda doída e um porre daqueles?

– Foi o cansaço máximo, né? – Explicou o garoto – Depois do pique que eu tive que dar na corrida para chegar em casa…

– É, faz sentido! – Concordou Ariela.

– Mas e aí, primo? – Perguntou Kelly, querendo saber o final da história – A tia Ciça chegou em casa e pegou você dormindo bebadão no sofá? Você levou outra surra?

– Não, não! – Negou rapidamente o garoto – A mamãe chegou em casa e eu acordei com a voz dela, aí ela estranhou eu estar ali dormindo na sala, e chegou mais perto. Eu ainda estava muito chapado para conseguir explicar tudo. Mas ela ficou preocupada, sabem como é mãe, né? E quando foi me puxar para eu levantar dali, eu gemi de dor…

As meninas imediatamente entenderam o recado. Olhares marotos, elas aguardaram o desfecho.

De volta à cena, Cauan se recordou que a mãe havia notado as marcas em uma de suas coxas, e procurou investigar mais. Puxando um pedaço da bermuda do filho, ela expôs parte de suas nádegas, que estavam bem vermelhas como um todo, e com faixas mais acentuadas em um ou em outro ponto. Passada a estupefação, dona Cecília fechou a expressão como uma nuvem carregada em céu de tempestade.

– Lúúúúúciooooo!!! – Foi seu grito em direção ao irmão, que naquele momento estava despreocupado em algum outro cômodo qualquer. 

– E aí, Cauan? A tia Ciça deu uma coça no seu tio Lúcio? – Perguntou Ariela rindo gostosamente com as mãos cobrindo o rosto.

Gargalhando com as primas, o rapaz contou o resto.

– Não, coça ela não deu! Mas ele levou a maior comida de rabo que eu já vi uma pessoa adulta dar em outra!

Imitando os trejeitos da mãe, ele caprichou na voz, fazendo movimentos como quem usa uma vassoura para ir espantando alguém:

– Lúcio Reginaldo, eu falei para você vigiar o meu filho, e não para bater nele!!! Eu deixei isso bem claro, não deixei?! A mãe aqui sou eu!!!

Sob os risos altos das meninas, Cauan completou:

– E o doido do tio Lúcio só correndo e tentando se proteger, gritando, “Calma, mana! Calma, mana!” Mas quem disse que a minha mãe se acalmava?! Ela ia perseguindo ele, gritando e fazendo que ia bater, aí mandou ele da porta para fora!

– E você, Cauan? – Questionou Kelly, rindo e falando ao mesmo tempo – Ficou deitado ali, só escutando e vendo tudo?

– Estava bêbado e fraco para cacete, mas fiquei rindo com a cara metida no sofá… Não deu para segurar! – Admitiu o garoto com uma cara bem malandra.

Novas gargalhadas invadiram o ambiente, e Marcela resolveu perguntar:

– Mas depois ela deixou você de castigo, aposto! Ou ficou tudo de boa?

– De boa, não… A mamãe me deixou dormir ali mesmo, na sala – Respondeu Cauan, negando com a cabeça – Mas quando chegou de manhã, ela me levantou pela orelha, me fez tirar as roupas, me tacou no chuveiro e disse: “Está de castigo, menino!”. Fiquei um tempo sem sair e sem televisão…

– Até que se deu bem, então – Observou Ariela, confiante – Pensei que a tia Ciça tinha batido mais, por cima da surra que você já tinha levado…

– Nada disso, Ari! – Atestou o primo, tranquilo – A mamãe até me passou umas pomadas depois, principalmente nas marcas do cinto. Ela ficou brava comigo, né… Mas ficou bem mais brava com o tio Lúcio!

– Com certeza ele nunca mais teve coragem de pisar aqui! – Comentou Marcela, risonha.

– Foi mesmo! – Rematou Cauan, ainda nesse clima – Mas e aí, mulherada, vamos bater um rango? Chega aí, eu faço uns ovos mexidos para a gente!

– Eu ajudo! Bora lá! – Respondeu prontamente Marcela.

Na cozinha, Cauan e Marcela cuidaram de picar toucinho com cebolas e misturar tudo aos ovos na frigideira, enquanto Kelly e Ariela iam polvilhando queijo parmesão. A improvisada e caprichada refeição foi servida nos pratos de vidro duralex, e os primos se sentaram à mesa sem deixar o assunto morrer.

– Também, depois dessa, você demorou para beber de novo, né, Cauan? – Desafiou Kelly.

– Nem… Só aprendi a não dar mais tão na cara que estava bêbado! – Respondeu o primo, rindo para baixo.

Novos risos, e Ariela relembrou:

– Mas teve um dia lá em casa mesmo, que você deu uma cabeçada, não foi? Lembra quando você chegou chapado em casa, com medo do meu pai te pegar, mas ele estava viajando, e aí quem se encarregou do seu porre foi a minha mãe?

– Ô, se lembro… – Confirmou Cauan, sob olhares indagadores de Kelly e Marcela.

As duas primas se entreolharam, enquanto Ariela dava um olhar encorajador para que o primo contasse aquela história.

– Lembro, eu tinha 16. Eu tinha passado da hora de chegar em casa e estava na rua com um pessoal, e um deles trouxe uma garrafa malocada, aí já viu, né? Demorar mais um bocadinho para tomar uns traguinhos, e por causa dos traguinhos esquecer a hora… Voltei bebão!

– Nossa… e o que foi que a tia Graça fez? – Perguntou Marcela, um pouco apreensiva.

O garoto demorou uns segundos antes de continuar, como que desencavando recordações que o deixavam pensativo.

– Eu cheguei, ela estava com uma cara de preocupada, e soltou uma bronquinha que eu, do jeito que estava, nem escutei direito, e depois parou para respirar antes de pensar no que é que ia fazer…

Diante da nova pausa, o suspense tomou conta da assistência. Mas a expressão do garoto não era de malícia de quem deseja fazer suspense. Parecia compungido. Lembrava-se da vergonha que sentira, tão diferente do queixo empinado que mostrara diante do tio Lúcio.

– Bom, eu devo ter balbuciado algumas desculpas antes da tia me molhar assim a nuca e os meus cabelos com uma água super gelada, e depois me colocou para deitar em algum cantinho lá mais confortável. Aí eu fiquei com a cabeça girando, matutando bastante, e nisso ouvindo a tia preparando um sal de frutas na cozinha.

Mergulhado em suas recordações, Cauan reviu a tia se aproximando com o copo, já sem expressão de aborrecimento.

– Beba tudo, Cauan! Vai ajudar…

Ele bebeu devagar, temendo sofrer com algum ataque de enjoo, e depois recebeu um carinho da tia, que não pareceu mais tão zangada.

– Está melhor?

Ele confirmou com a cabeça, com jeito amuado. Em seguida a tia deu a sentença:

– Certo… Então, descanse o quanto puder. E vamos deixar o resto da conversa para amanhã, com a cabeça fria! Hoje você está bêbado, e eu estou bem cansada…

Sendo acomodado e coberto pela tia, Cauan sentiu-se confuso. E por isso resolveu questionar, ousadamente:

– Tia Graça, posso perguntar uma coisa? Como uma pessoa tão dez como você consegue ser casada com um ogrão como o tio Alfredo? Vocês não match em nada, não têm nada a ver um com o outro… Você tem o nome que tem porque é o nome certo. Graça… Mas o tio Alfredo, ele… Ele é, tipo…

– Tipo, alguém que não dá certo com a minha mãe – Completou Ariela, cortando a recordação para o momento presente.

Após morder os lábios e suspirar, a pequena prima continuou comendo, sinalizando estar cada vez mais conformada com aquela realidade. Kelly e Marcela também retomaram seus pensamentos. Cauan, por seu turno, preferiu não prolongar o assunto. Melhor manter a atmosfera agradável naquela tarde com as três primas.

Os quatro tiraram a mesa, lavaram os pratos e continuaram jogando conversas fora até a volta de dona Cecília, que pareceu satisfeita.

– Pronto, meninos, tudo resolvido! Não aprontaram nada não, né?

Os quatro garantiram que tudo estivera em ordem e sob controle na ausência da mãe e tia.

– Ótimo! Quem me ajuda a guardar essas comprinhas?

O quarteto pôs-se a organizar os mantimentos, felizes por sentir que o dia terminara bem. Entretanto, Cauan parecia um pouco encafifado, guardando algumas latas nas prateleiras mais altas. Lado-a-lado com a mãe, ele sabia que ela não tardaria a notar o seu ar misterioso.

– Que foi, menino? Que cara é essa? Iiiiiiiiih, não vá me dizer que andou fazendo tramoia! Estou aqui acreditando que vocês todos se comportaram bem dessa vez!

Com um risinho sacana, o garoto devolveu, mostrando achar graça na zanga da mãe:

– É que eu esqueci de agradecer…

– Agradecer o quê, meu filho? – Replicou a impaciente dona Cecília, negando com a cabeça – Pelas compras? Porque se for, eu faço isso toda semana! Por que você só está querendo me dizer obrigado agora?

Já soltando o riso, Cauan entregou:

– Não, mãe! Agradecer porque a senhora me defendeu do tio Lúcio naquele dia! Lembrou?

Surpresa, dona Cecília mirou bem o filho, escutando os risos abafados das três sobrinhas. Até que não resistiria a também abrir uma risada enternecida.

– Ah, Cauan, que é isso, meu filho…Não precisa agradecer não! Mãe é para essas coisas, né? E outra… Bem que o tapado do Lúcio Reginaldo mereceu!!! Onde já se viu, deixar moleque sair na rua e nem ver, e olha que ele estava aqui dentro quando você escapuliu! É um incompetente, mesmo! E ainda vem bater em filho meu dentro da minha casa?! Sorte a dele que não moro na roça, porque se tivesse espingarda aqui, ele já tinha perdido uma orelha!

Os jovens deixaram as gargalhadas rolarem de vez, e a noite foi bem gostosa. Ninguém nem imaginava o que Kelly estava pensando com os seus botões. “Acho que finalmente encontrei a minha família de verdade…”

9 ideias sobre “Tia Graça, Tio Desgraça

  1. Filton

    Fala autor!

    Legal o conto, trouxe um M/m bem realista. Massa esse título rsrs! Gosto muito das histórias que mostram os tempos do passado, faz mais dos anos 80, anos 90… Também acho massa todos os contos com o Cauan e a Ariela.

    Flw, abs!

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    1. adolespanko Autor do post

      Salve!

      Fico contente que tenha gostado. A surra M/m é a mais “raiz” de todas, e com certeza muitos têm recordações. O Cauan e a Ariela, apesar de diferença aparentemente enorme, formam uma dupla do barulho. Exemplo perfeito dos opostos que se atraem. A Ariela desperta um lado protetor e carinhoso no Cauan, que nunca teve uma irmãzinha, e o Cauan é visto pela Ariela como a porta para um mundo aventuresco que ela deseja explorar, talvez seduzida por este lado “transgressor” do primo, que é uma réplica ao pai muito severo.

      Grande abraço!

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  2. Thalita Britto

    Oi, blogueiros!

    Essa foi forte, Arnaldo:

    Agora ele é feliz para sempre com a sua única amiga: a punheta!

    E essa também:

    Sai daqui, seu falso!!! Me deixa no meu canto!!! Você delira quando eu apanho, você gosta de ver isso, goza até o teto! Então agora não vem dar de amigo bonzinho, combinado?! Você tá a fim é de olhar bem minha bunda batida! Pega esse remedinho aí e enfia no seu…

    Mas não vou negar: “foi forte”, mas foi justo. Só faltou as gurias saírem cantando: “Tô nem aí, tô nem aí, pode ficar no seu mundinho, eu não tô nem aí”…

    Outra justiça “ainda que tardia” foi o pensamento da Kelly no final: então agora ela sente que encontrou a sua família? Gostei! Só não entendi uma coisa: ela agora vai ficar morando com a mãe do Cauan? E o Cauan voltou para a casa dele, não está mais na casa da Ariela, não é isso? Não sei quem está morando onde, mas o conto ficou com aquele clima top que a gente sente quando está entre os primos favoritos. Isso é coisa que fica para a vida inteira.

    Bjs!

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    1. adolespanko Autor do post

      Olá, Thalita!

      Fico contente que tenha gostado. Eu preferi não economizar palavras, pois adolescentes têm mesmo esses rompantes onde botam tudo para fora, sem ficar fingindo que não doeu, e isso faz bem. Agora que os primos escrotos estão relegados a seu mundinho, elas podem olhar para o futuro e não ficar nem aí para eles.

      No conto anterior da Kelly foi explicado que ela ficaria um tempo hospedada com a tia Cecília, e depois iria para um alojamento cedido pelo estágio que ela vai fazer. O Cauan está de volta em definitivo, e a Marcela ficou hospedada lá mas já é praticamente uma moradora. O pessoal da periferia tem muito esse “coração largo” de ir acolhendo agregados, com todos ajudando a manter a moradia. Ficou uma turma bem unida, com pessoas que têm muito em comum. Obs: note que não vai rolar nada entre o Cauan e a Marcela, pois como ela está morando na casa da mãe dele feito uma irmã, seria meio que um “incesto”.

      Bjs.

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  3. Liam

    Oi, gente!

    Kkkkkk boa, Adolespanko! Lúcio Reginaldo teve o que mereceu. 🤭🫣😆 Dá-lhe, mãe leoa! 💪🏼🙌🏼👊🏻

    Também gostei da ensaboada que a Kelly deu no Nelsinho. Chega dessa vocação para capacho, as suas personagens adolescentes estavam mesmo precisando de mais atitude. A pessoa ter sofrido muito na vida não quer dizer que tenha obrigação de agir como uma goiabona que ri pra todos e aguenta de tudo (pelo contrário), assim como a pessoa ter cometido erros (tipo, ser periguete? E na adolescência?) não a faz merecer ser tratada daquele jeito. Deixe as tias piradas serem muito felizes em suas jaulas após a condenação por crime de tortura (palmatória foi pesado, né, rapaz?), e os primos tresloucados sobreviverem dos trocos de sua dupla musical, a punheiteiros raivosos! 😁🤓🥴

    Aliás, seria legal dar um nome para a dupla formada pela Marcela e pela Kelly! 👍🏻

    Beijos!

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      1. Liam

        Ah, agora estou sem inspiração! 😉 Também, será que é legal inventar um nome que lembre essas tias e esses primos, mesmo que seja para zoar com eles? Imagine ter que lembrar deles cada vez que for compor ou cantar uma música… Acho que o nome tem que ser mais centrado nas duas mesmo.

        Mas vamos tentar seguir a sua ideia: se você tivesse que batizar uma dupla ou conjunto musical se inspirando no parente mais chato, mais urticária, mais FDP e mais tudo-de-ruim-e-ainda-pior que já conheceu na vida, que nome daria? Nunca tive algum parente que chegasse ao nível dessas tias e primos (Deus é pai!), mas já tive uns parentes meio sarna, como todo mundo, e vou pensando aqui em um nome de banda que combine com eles. 😁 Quem conseguir inventar primeiro, avisa. 🤜🏻🤛🏻

        Beijos!

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